Moradores chamaram os bombeiros após encontrarem Luan Gonçalves Rodrigues
Buscas em embarcação pelos bombeiros na cidade de Antônio Dias Foto: Divulgação/Bombeiros
Após iniciarem o quinto dia de buscas pelo adolescente Luan Gonçalves Rodrigues, de 12 anos, que desapareceu após um deslizamento de terra atingir a casa dele, matar suas duas tias, e a namorada do primo dele em Antônio Dias, no Vale do Aço, os bombeiros localizaram o corpo do garoto na manhã desta quinta-feira (29).
A guarnição foi informada por populares que visualizaram “algo semelhante a um corpo humano” próximo à represa Sá Carvalho. A equipe, então, foi até ao local indicado e confirmou o fato.
O local onde o garoto foi encontrado já tinha sido vistoriado pelo Corpo de Bombeiros nos dias anteriores. Por isso, a guarnição trabalha com a hipótese de que o corpo estava preso submerso.
Nesta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros tinha traçado uma nova estratégia nas buscas. Uma delas seria a revirada dos escombros na região atingida pela encosta, com foco no lado direito da casa, bem como retirada de um veículo de dentro do córrego Severo, próximo às casas atingidas. Haveria, também, a busca visual em embarcação e percurso a pé/nado do córrego a partir do ponto do evento, abrangendo área da represa/usina Sá Carvalho, sentido rio Piracicaba, além de buscas em embarcação partindo do Vale do Aço sentido Baguari.
Nesta quinta-feira, 13 militares do Corpo de Bombeiros estavam empenhados na continuidade das buscas. A retomada dos serviços foi às 5h30, 30 minutos antes do que ocorreu nos últimos dias.
Em entrevista a O TEMPO nessa terça-feira (27), Letícia Fernanda Gonçalves Rodrigues, de 16 anos, irmã do adolescente desaparecido, fez um apelo. “A gente tem esperança de encontrar ele com vida. Se for da vontade de Deus, vamos encontrar ele com vida. Agora se não for, encontrar o corpo dele já será um pequeno alívio. O que queremos é encontrar ele, porque é muito angustiante”, disse.
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“Tem horas que eu fico muito abalada, quando vai a ficha do que está acontecendo”, relata Letícia. A família comemorava a noite de Natal na casa em que ela morava com os pais e o irmão, quando o barranco desabou e soterrou a residência parcialmente, atingindo parte dos familiares. A mãe, a adolescente e Luan foram para a beira de uma estrada em uma parte mais alta. O pai ficou no local do deslizamento para ajudar outras pessoas que ficaram soterradas.
Ao ver que o pai ainda estava próximo à casa, Luan voltou para resgatá-lo. “Minha mãe pediu que ele não fosse, disse que meu pai estava bem, mas o Luan insistiu e desceu. Nessa hora o barranco veio e soterrou todo mundo”, lembra Letícia.
O pai dela foi jogado para dentro de um córrego e conseguiu se segurar em uma árvore até ser socorrido, mas o menino desapareceu nos escombros. Por causa de ossos quebrados pelo corpo, o pai não pode andar no momento. “Mesmo assim ele fica dizendo que tem que ir lá achar o Luan e que ele sabe onde meu irmão está”, relata Letícia.
A adolescente se emociona ao falar do irmão. “Minha mãe estava lembrando que ele falava que não queria que meus pais morressem porque ele não iria aguentar. Ele era um menino muito carinhoso e muito família. Pedia abraço toda hora. Era muito brincalhão, alegre e tímido também. Ele gostava de ajudar todo mundo”, conclui a adolescente entre lágrimas.
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Fonte: O TEMPO
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